sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Telecom Itália e Vivendi cogitam fusão de TIM e GVT


A aproximação com a GVT é encarada pelos executivos da empresa italiana como a costura de “uma alternativa” para o futuro da TIM Brasil

Fernando Nakagawa, do
Alessia Pierdomenico/Bloomberg
Consumidor aguarda atendimento em uma loja da TIM, a unidade de telefones móveis da Telecom Italia, em Milão
TIM: uma fusão teria apoio especialmente dos minoritários, que lutam para reduzir o poder da espanhola Telefônica no grupo italiano

Londres - O grupo francês Vivendi começa a aparecer como uma alternativa para o futuro da Telecom Itália no Brasil. Nas últimas semanas, um alto executivo do grupo italiano teve uma conversa preliminar com a direção da companhia francesa sobre uma eventual fusão das subsidiárias brasileiras GVT e TIM Brasil, de acordo com uma fonte envolvida com o tema.

No intrincado tabuleiro de acionistas da Telecom Itália, uma fusão teria apoio especialmente dos minoritários, que lutam para reduzir o poder da espanhola Telefônica no grupo italiano.

Dona da Vivo no Brasil, a Telefônica fez acordo no ano passado para aumentar ainda mais sua participação na Telco, holding que controla a Telecom Itália. Mas a ideia não agradou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que viu na medida uma concentração de mercado no País.

Por isso, a aproximação com a GVT é encarada pelos executivos da empresa italiana como a costura de “uma alternativa” para o futuro da TIM Brasil. Os franceses, segundo a mesma fonte, teriam recebido bem a ideia de fusão. Para eles, a associação também valeria como um “plano B” para o grupo Vivendi, que passou por tentativas frustradas de vender a GVT no passado.

Havia a expectativa de que a norte-americana DirecTV pudesse adquirir a empresa sediada no Paraná. Mas o negócio esbarrou no elevado preço pedido pelos franceses. Procuradas, Vivendi e Tim Brasil afirmaram que não comentam o assunto.

Defensores da proposta argumentam que o negócio daria grande sinergia às duas empresas e ofereceria perspectivas animadoras à TIM Brasil, segunda maior operadora do Brasil, mas que tem sofrido com a falta de capacidade financeira da controladora.

“Poderia ser criada uma concorrente de verdade para a NET”, diz a fonte, ao comentar que a TIM já tem grande carteira de clientes e a GVT já opera moderna rede e conteúdo de televisão por assinatura.

Para o especialista em telecomunicações Guilherme Ieno, do ponto de vista estratégico, a fusão faria sentido. “A TIM não é forte no fixo local. Agregar a GVT ao fixo significaria aumentar bem a presença nesse mercado.”

Além disso, segundo Ieno, a fusão representaria uma oportunidade para a GVT entrar em telefonia móvel. E a união das operações de internet também seria interessante para ambas.

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