Em entrevista a jornal italiano, ex-presidente faz defesa à política econômica de Dilma e descarta disputar eleições em 2018
10 de março de 2014 | 9h 09
Fernando Nakagawa, correspondente da Agência Estado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a
criação de empregos deve ser a prioridade na economia em detrimento de
outros temas, como o controle da inflação. Em entrevista ao jornal
italiano La Reppublica publicada no domingo, o ex-presidente
reafirmou apoio à reeleição de Dilma Rousseff em 2014. Sobre a disputa
presidencial seguinte, disse que política é "imprevisível". Apesar
disso, Lula diz que a natureza é implacável e ele estará com 72 anos na
eleição presidencial de 2018.
Ao jornal italiano, Lula diz que "críticos gostariam que
diminuíssemos o emprego para reduzir a inflação". "Mas para nós a defesa
do emprego é mais importante que a inflação", disse. Lula comentou que
foram criados 21 milhões de empregos nos últimos 11 anos (oito do
governo Lula e três de Dilma Rousseff) e 42 milhões de brasileiros
entraram na classe média. Na entrevista publicada, Lula não citou
números da inflação.
Sobre as eleições presidenciais, Lula foi questionado sobre eventual
volta para tentar a disputa de 2014. "Não. Eu vou apoiar minha
companheira Dilma Rousseff", disse. Sobre 2018, Lula diz que a política é
"imprevisível". "Mas a natureza é implacável: em 2018, para a eleição
seguinte, eu terei 72 anos".
Questionado sobre os protestos populares, o ex-presidente diz que
após a ascensão social dos últimos anos "brasileiros agora querem mais e
com razão". Para Lula, isso só acontece atualmente porque há uma
"democracia verdadeira" no País e as pessoas podem se expressar. Sobre a
Copa do Mundo, Lula reconhece que poderá haver atrasos em obras de
infraestrutura. Mesmo assim, avalia que o Brasil sairá fortalecido do
evento.
Lula também fez uma crítica à atuação do presidente da Venezuela,
Nicolás Maduro. O ex-presidente brasileiro disse que o atual governo
venezuelano errou ao não se esforçar para iniciar um dialogo maior com a
oposição.
Sobre a imagem do Brasil no exterior, Lula diz que o País era uma
"criança" que cresceu e começou a ter um papel mais importante na
economia, nos cargos internacionais e na mediação de assuntos globais.
Por isso, diz, o Brasil estaria sendo visto como um "incômodo" para
alguns países.
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