BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO ESPECIAL A GENEBRA
ENVIADO ESPECIAL A GENEBRA
Em sua estreia como diretor-geral da OMC (Organização Mundial do
Comércio), o brasileiro Roberto Azevêdo prometeu nesta segunda-feira (9)
dar fim à "paralisia" que, segundo ele, ameaça afundar a entidade na
irrelevância.
O embaixador cobrou urgência dos 159 países membros para destravar a
rodada Doha de liberalização do comércio global. Ele disse que buscará
resultados concretos na Conferência de Bali, em dezembro.
"A paralisia acabou. Nós caímos nessa paralisia e nos acomodamos a ela.
Isso acabou", afirmou. "Desde 1999 a OMC não consegue fechar nenhum
acordo multilateral. É hora de mudar isso."
Em discurso na sede da OMC, em Genebra, Azevêdo disse que a entidade
corre o risco de ficar para trás caso não consiga avanços concretos nos
próximos meses.
"O mundo não vai esperar indefinidamente pela OMC. Ele vai seguir adiante", alertou.
"Nossa capacidade de responder às demandas de um mundo em transformação
estão sob ameaça. O futuro do sistema multilateral de comércio está em
jogo."
3.set.13/G20 Rússia/AFP | ||
Roberto Azevêdo, novo diretor-geral da OMC |
O brasileiro disse estar preocupado com o avanço de negociações
bilaterais às margens da OMC. Ele sugeriu que isso pode esvaziar ainda
mais a entidade.
"O multilateralismo está deixando de ser a opção mais interessante.
Minha preocupação é com o sistema, que não está funcionando."
O enviado da CNI (Confederação Nacional da Indústria) a Genebra, Carlos
Eduardo Abijaodi, disse que o Brasil pode perder com as negociações para
um acordo de livre comércio entre os EUA e a União Europeia.
"Se fizerem esse acordo, será um baque muito grande para o Brasil",
afirmou. Ele disse que a entidade brasileira apoia as negociações
multilaterais.
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