Por Eduardo Rodrigues
O deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) considera "uma brincadeira de
mau gosto" as insinuações dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e dos
Transportes, César Borges, de que a desistência geral dos investidores
pelo leilão de concessão do trecho da BR-262, entre Espírito Santo e
Minas Gerais, tenha motivação ou influência política.
"Como
alguém tem uma dissociação tão grande entre os seus cálculos e a
realidade e ainda tem coragem de fazer uma insinuação dessas?", indagou
nesta segunda-feira, 16, o deputado em conversa com o Broadcast, serviço
de notícias em tempo real da Agência Estado. Ele se referiu a
declarações dadas pelos ministros Mantega e Borges ao jornal O Estado de
S.Paulo na última sexta-feira, 13. Após a confirmação de que não houve
interessados para a BR-262, os dois ministros avaliaram que pode ter
havido algum problema de "ordem política".
Coimbra esteve
reunido com Borges e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, antes do
prazo final para a entrega de propostas, e relatou ter escutado dos
dois ministros que o trecho da BR-262, que seria licitado, era o "filé"
dentre as concessões rodoviárias, tanto que 32 grupos de empresas tinham
adquirido o edital. "Chegaram a nos dizer que esperavam um deságio
entre 30% e 40% no leilão, mas o que se notou, ao não aparecer nenhum
consórcio interessado, foi que o custo das obras foi subestimado pelo
governo e que a demanda de automóveis foi superestimada no edital",
acrescentou.
O deputado negou veementemente que
parlamentares do Estado tenham atuado para prejudicar a licitação. "A
bancada não regula mercado, os investidores não se pautam nisso. Uma
bancada que não teve atenção do governo não pode ser responsabilizada
pela falta de interessados. Quem tem que explicar isso são os
ministros", disse. "Isso é o avesso do avesso do avesso. Considero essas
insinuações uma brincadeira, porque alguém sério não pode fazer isso",
completou.
Para Coimbra, o importante agora é concluir a
duplicação de 51 quilômetros da BR-262, cuja obra fazia parte do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Enquanto o governo não
decide o que fazer, é importante dar seguimento a essa obra, pois são 51
quilômetros importantes para o Estado e se trata de um trecho cujas
obras são as mais difíceis", declarou.
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