O embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, é o primeiro latino-americano na direção-geral da OMC
Brasília - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio
(OMC), o brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, disse hoje (9) que os
prejuízos gerados pelo fracasso das negociações na Rodada Doha serão
ainda maiores do que os benefícios de um possível sucesso. Azevêdo
discursou no início a manhã, em Genebra, na Suíça, na cerimônia que
marcou o início de sua gestão na OMC.
"O mundo não vai esperar a OMC por tempo indeterminado. E as soluções
não serão tão eficientes e inclusivas quanto as que encontrarmos aqui",
destacou o diretor-geral, sobre as alternativas que têm sido buscadas
por diversos países devido à paralisia de Doha, cujos temas voltarão a
ser discutidos na 9ª Conferência Ministerial da OMC, em Bali, na
Indonésia, no início de dezembro.
Azevêdo já havia dito, em outros discursos, que a necessidade de
intensificação das negociações de Doha seria o principal desafio de sua
gestão. "O que as pessoas veem é [a Rodada] Doha e a percepção que têm é
de falta de efetividade, paralisia. O nosso fracasso irá lançar uma
sombra sobre o sistema e é essencial dar novo fôlego às negociações",
disse.
O diretor-geral acredita que o multilateralismo é a melhor solução
contra o protecionismo e explicou que irá privilegiar os países em
desenvolvimento e de menor desenvolvimento relativo nas negociações para
garantir que "suas vozes sejam ouvidas" no âmbito do sistema
multilateral.
O discurso de Azevêdo foi o primeiro como diretor-geral da organização.
Sua posse ocorreu na manhã de hoje, embora ele tenha assumido o cargo
há uma semana, em substituição ao francês Pascal Lamy. O chanceler
brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, está em Genebra para
acompanhar a posse do colega.
O embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, é o
primeiro latino-americano na direção-geral da OMC. Disputada até o
último minuto, a eleição envolveu uma longa negociação que vem desde o
governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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