segunda-feira, 8 de julho de 2013

Brasil reage à espionagem de empresas e cidadãos brasileiros pelos EUA









 
A presidente Dilma determinou neste domingo que fossem pedidas explicações aos EUA sobre a revelação, feita pelo jornal O GLOBO, de que os serviços de inteligência e espionagem norte-americanos monitoraram milhões de e-mails e telefonemas de empresas e cidadãos brasileiros.

A Polícia Federal e a Anatel já iniciaram investigação sobre a denúncia de colaboração de empresas brasileiras com a espionagem.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota (foto), disse que o Itamaraty recebeu com “grave preocupação” a notícia de que contatos eletrônicos e telefônicos brasileiros estariam sendo monitorados e que entrou entrou em contato com o embaixador norte-americano no Brasil, Thomas Shannon, para cobrar esclarecimentos sobre o assunto e pediu à embaixada brasileira em Washington para que fizesse o mesmo em relação à Casa Branca.

Segundo Patriota, o governo brasileiro vai propor às Nações Unidas a criação de uma regulação internacional para evitar abusos e por mais segurança cibernética, para evitar esse tipo de comportamento por parte de outros países.

Ele adiantou que o Brasil pretende pedir à União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Genebra, na Suíça, o aperfeiçoamento de regras multilaterais sobre segurança das telecomunicações. 

De acordo com o ministro de Comunicações Paulo Bernardo, o governo já acompanhava o caso de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos EUA no exterior. “Agora a história muda de patamar”, disse. 

Ele acrescentou que se isso realmente ocorreu, configura crime contra a legislação brasileira e a Constituição. "Se tiver empresa brasileira mancomunada com empresas estrangeiras para quebrar sigilo telefônico e de dados, é um absurdo", disse o ministro.

Bernardo afirmou, no entanto, duvidar da existência desses contratos; ele aposta na captura de dados via cabos submarinos. Dilma tomou a decisão de como reagir depois de reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília, com Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil, Ideli Salvatti, de Relações Institucionais, José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, Aloizio Mercadante, da  
Educação  e Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência.

A reunião foi acompanhada pelo ministro Patriota, que se encontrava fora da 
capital federal.O presidente nacional do PSOL (Partido Socialista), Ivan Valente, anunciou que pretende apresentar um requerimento até esta terça-feira convidando o embaixador Shannon a participar da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, para prestar esclarecimentos. 

Valente afirmou que a conduta dos EUA é “inaceitável e invasora” e que “as ruas devem execrar e repudiar a atitude de polícia do mundo dos norte-
americanos".O escândalo sobre o monitoramento das comunicações privadas de cidadãos e empresas de dentro e de fora do país pelo governo dos EUA veio à tona após o ex-técnico em segurança digital da CIA (agência de inteligência norte-americana), Edward Snowden, revelar a prática.

Os dados eram vigiados por meio do Prism, programa de vigilância eletrônica altamente secreto mantido pela NSA. O GLOBO desta segunda-feira traz outra revelação grave: equipes da NSA e da CIA teriam trabalhado em conjunto em Brasília, onde teria funcionado uma das 16 bases que os EUA mantiveram para a coleta de informações através de satélites. 



Fontes: Agência Brasil e O Globo. 
 




   


Nenhum comentário:

Postar um comentário