Estudo inédito aponta que, mesmo com boa formação, um em cada quatro estrangeiros está sem emprego no Brasil. Europeus são maioria
São Paulo – Esqueça o pleno emprego no Brasil se você for um estrangeiro tentando seguir carreira por aqui. Pesquisa
feita pela equipe da Vagas Tecnologia apontou que um em cada quatro
estrangeiros no Brasil está desempregado. O dado parte de uma base de
7,6 mil currículos cadastrados no site vagas.com.br.
Em relação ao continente de origem dos expatriados
no Brasil, 45% são da Europa, 32% vêm de países sul-americanos e 7% são
da América do Norte. Asiáticos e africanos são 6% e apenas 4% são da
América Central.
As áreas de trabalho que estão na mira dos estrangeiros são
administração de empresas, vendas, engenharia civil, TI, marketing,
comércio exterior e atendimento a clientes.
E sobre níveis hierárquicos, mais da metade dos entrevistados (58%)
atuou em cargos básicos e operacionais (estagiários, trainees, técnicos,
auxiliares e analistas), e 31% já ocuparam posições de média e alta
gestão, como gerência, coordenação, supervisão e diretoria. Não
informaram o nível 11% dos participantes, segundo o levantamento.
A maioria dos participantes da pesquisa (59%) está na faixa dos 25 a 40
anos. Entre 18 e 24 anos são 18%, 14% têm entre 41 e 50 anos e 10% já
passaram dos 50 anos. A formação acadêmica é o grande diferencial dos
estrangeiros, 57% tem curso de pós-graduação: 35% fizeram mestrado, 11%
têm também doutorado, 5% têm MBA e 4% citaram outras especializações.
A fluência em inglês também é outro diferencial para os estrangeiros.
Quase todos, 90%, disseram dominar o idioma e 74% são fluentes em
espanhol. E outros idiomas foram citados por 43%.
A falta conhecimento do português, no entanto, pode estar atrapalhando
estes profissionais na hora de conquistar uma oportunidade. É que menos
da metade, 48% disse conhecer a língua portuguesa.
“Já deixei de trabalhar com um profissional estrangeiro porque ele não
falava português e nem tinha a documentação pronta”, diz Monah Saleh,
gerente de transição de carreira da Thomas Case & Associados.
De acordo com ela, além de flexibilidade de adaptação, o grande
diferencial em um currículo de um estrangeiro é o tempo que ele tem de
vivência no Brasil. “Ele também deve destacar no currículo se tem
domínio do português e as questões de documentação e visto para
trabalho, isso é muito importante”, diz Monah.
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