quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Brasileiro na Alemanha é alvo de partido xenófobo


Naturalizado alemão, o gaúcho e candidato ao parlamento do país, Fabrício do Canto, recebeu do partido NPD um “convite para deixar" a Alemanha. Razão: a origem estrangeira

Divulgação/Partido Pirata Alemão
O brasileiro Fabrício do Canto, candidato ao Parlamento alemão pelo Partido Pirata
Fabrício do Canto: o brasileiro é candidato a uma vaga no Parlamento alemão. Com ação xenófoba, ele agora teme atentado à sua família

São Paulo – Gaúcho e fã de chimarrão, Fabrício do Canto é candidato a ocupar uma das cadeiras do Parlamento da Alemanha. O brasileiro testará sua chance nas eleições previstas para este domingo com a confiança do seu partido, o Pirata. Mas embora seja naturalizado alemão há quase 10 anos, a origem estrangeira não é algo que passa despercebido para um grupo de adversários: nesta semana, ele recebeu uma carta do ultradireitista Partido Nacional Democrático (NPD) na qual é convidado a deixar o país.

O recado é dado por meio de um bilhete aéreo só de ida. O destino: “para casa”.
Por meio de sua página no Facebook, Fabrício agradeceu o apoio que recebeu nas redes sociais contra o que chamou de “estupidez da direita na Alemanha”. 

Em entrevista à rede alemã Deutsche Welle (DW), o brasileiro afirmou que prestou queixa na polícia por temer um atentado xenófobo.

"Agora, tenho que pensar duas vezes antes de sair para passear de bicicleta ou fazer um passeio com a família”, afirmou Fabrício, que é casado com uma indiana e tem três filhos.

Ação semelhante tem sido feita pelo NPD - sigla acusada de ser neonazista - com outros candidatos de origem estrangeira. 

Essa não é a primeira vez que a sigla causa polêmica na Alemanha por sua posição contra os imigrantes. O partido causou mal-estar no mês passado quando seus membros protestaram de maneira agressiva contra a criação de um abrigo para refugiados em Berlim. 


Quem é o brasileiro candidato


Uma das principais bandeiras de campanha Fabrício do Canto, que obteve a cidadania alemã em 2004, é justamente aumentar o direito de participação política e a liberdade dos imigrantes no país.

O brasileiro resolveu entrar para a política após abandonar o posto de gerente de marketing de uma multinacional e passar mais de dez anos viajando pelo mundo para realizar projetos voluntários. De acordo o site do Partido Pirata de Berlim, ele se filiou à legenda por acreditar na “diversidade” e “liberdade” defendidas pela sigla.

Criado em 2006 como fruto de um movimento que defendia a liberdade na internet, o Partido Pirata surpreendeu nas últimas eleições alemãs de 2011. Agora, tenta alcançar a barreira dos 5% dos votos necessários para conseguir montar uma bancada no Parlamento.

Assista ao vídeo em que Fabrício apresenta sua campanha (em alemão):

 http://www.youtube.com/watch?v=VW09lexk18s


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