A compra de insumos por meio do
regime tributário das Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) pode
sair de 30% a 50% mais barata
na comparação com outros regimes aduaneiros, segundo estudo divulgado
nesta quarta-feira (4/9) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior. Com os dados, obtidos a partir da análise de 147
produtos comercializados em 20 estados que terão ZPEs instaladas, o
governo pretende atrair a indústria para o regime. Apesar de ter sido
criado há 25 anos, a primeira ZPE foi inaugurada este ano, em Pecém
(CE).
As ZPEs são áreas
de livre comércio exterior, onde empresas recebem benefícios
administrativos e tributários. A figura das zonas de processamento foi
instituída pelo Decreto-Lei n° 2.452, de 1998. Atualmente, seu
funcionamento é regulamentado pela Lei n° 11.508/2007. Hoje, existem 24
zonas oficialmente criadas
distribuídos por 24 estados, mas apenas a de Pecém está instalada, desde
o dia 30 de agosto. A área tem estrutura administrativa e de
alfândega construída. Também está em construção no local a Companhia
Siderúrgica do Pecém, da Vale e dos grupos coreanos Dong Kuk Steel e Posco. O investimento será US$ 5 bilhões na primeira fase e US$ 9 bilhões na segunda.
O
secretário executivo do Conselho Nacional das ZPEs, Gustavo Fontenele,
informa que também há projetos industriais para as zonas de processamento
de Parnaíba (PI) e Senador Guiomard (AC). As duas áreas ainda
necessitam de autorização do conselho para a instalação e funcionamento.
A solicitação de criação de uma ZPE é ser feita a esse colegiado por um
representante do poder público da região interessada. Depois, também
cabe aos governos locais atrair investimentos para as áreas. Para
Fontenele, o estudo divulgado hoje pelo ministério facilitará a
negociação.
“A
importância é que pela primeira vez um estudo oferece comparativos de
carga tributária entre regimes. Quando se for tratar com industriais, teremos
dados para mostrar. Se as empresas instalarem unidades industriais em
ZPEs, vão ter ganho de competitividade”, disse. A análise envolveu produtos
ligados a sete setores industriais. São eles metalurgia, petróleo e
combustíveis, eletrônicos, alimentos e bebidas, vestuário e calçados,
metais e pedras preciosas e
produtos de madeira. Os critérios para escolher os setores estudados
foram sua presença nos projetos apresentados ao Conselho das ZPEs e o potencial para a exportação.
Para
ajudar o regime a engrenar, o governo brasileiro estuda alterar a
legislação relativa às ZPEs. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio,
Fernando Pimentel, disse que a exigência de que 80% do faturamento
sejam em exportações para uma empresa ser habilitada é considerada alta
e pode ser reduzida. Segundo Pimentel, também é avaliada a criação de
ZPEs setoriais, de acordo com a vocação econômica de cada região. Além disso, é discutida no Congresso Nacional a inclusão do setor de serviços como habilitado aos benefícios das áreas. Fonte: Agência Brasil
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