As turbulências nos
mercados emergentes neste terceiro trimestre forçaram o Fundo Monetário
Internacional (FMI) a dar uma humilhante guinada de 180º em suas
avaliações da economia mundial.
Em nota confidencial à qual o "Financial Times" teve acesso, o FMI abandona sua visão das economias emergentes como o motor dinâmico da economia mundial, observando em vez disso que "o ímpeto deverá vir principalmente das economias avançadas, onde deverá haver aceleração do PIB."
A nota, produzida para os líderes mundiais que estão participando da cúpula do G-20 em São Petersburgo, conclama-os a agir para amenizar os riscos decorrentes da fraqueza dos países mais pobres. Mas sua força deverá ser diminuída pela incapacidade do FMI de fornecer uma avaliação acurada da economia mundial em sua reunião de abril passado.
O FMI alertou na ocasião, que o fim da política monetária extraordinariamente frouxa adotada pelos países desenvolvidos poderia provocar turbulências nos mercados financeiros e grandes desvalorizações das moedas de economias emergentes.
Mas concentrou-se na descrição de uma "recuperação de três velocidades", com as economias emergentes em crescimento acelerado, a economia dos EUA em recuperação, as economias europeias ainda estagnadas, e emitiu seus pontos de vista com base nessas previsões.
Agora, na nota ao G-20, o Fundo admite que "indicadores recentes apontam para uma atividade mais vigorosa em várias economias avançadas, enquanto as principais economias emergentes estão em desaceleração".
Em abril, o FMI alertou os EUA para que reduzissem seus esforços para a diminuição de seu déficit fiscal, afirmando que "deveria haver agora uma consolidação fiscal menor e melhor". Agora, a nota para o G-20 reconhece que, ao contrário das previsões feitas em abril, "a demanda privada continua relativamente robusta diante do aperto fiscal".
Em abril, Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI, destacou o Reino Unido como um país que deveria relaxar suas medidas de austeridade, mas o fundo recomenda agora que os países sigam a política britânica de "alcançar metas fiscais estruturais e permitir a livre atuação de estabilizadores automáticos".
Quando contatado, o FMI se recusou a comentar as mudanças de seus prognósticos.
Em tom parecido com o da avaliação econômica da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada ontem, o FMI prevê agora que o crescimento mundial seguirá fraco, com os efeitos da recuperação nos EUA, Europa e Japão sendo neutralizados pela significativa deterioração das perspectivas de muitas economias emergentes.
Funcionários do fundo corrigiram para baixo projeções de crescimento de curto prazo para as economias emergentes, situando-as 2,5 pontos percentuais abaixo dos níveis de 2010, "com Brasil, China e Índia, principalmente, respondendo por essa desaceleração do crescimento", disse a nota.
Ao ver o capital se retirando das economias emergentes em decorrência da queda das perspectivas de crescimento e sendo atraído para as economias avançadas pela alta das taxas de juros, o fundo observou que os riscos de fuga de capital "ganharam relevância".
Embora o FMI não aprecie a manipulação das taxas de câmbio, agradará muitas economias ao observar que, às vezes, essa medida pode ser necessária, para atenuar a volatilidade, por exemplo.
O fundo também recomendou que os mercados emergentes dotados de situação financeira saudável e credibilidade em política econômica afrouxem sua política monetária em resposta à fragilização das perspectivas, mas, em países em que a inflação ainda representa uma ameaça, advertiu que "o raio de ação para afrouxar a posição monetária pode ser muito limitado, ou ela pode ter de sofrer aperto".
O fundo também defendeu "supervisão mais forte, pelos órgãos reguladores, e políticas macroprudenciais" nas economias emergentes, "como um sólido complemento das políticas prudenciais".
Em nota confidencial à qual o "Financial Times" teve acesso, o FMI abandona sua visão das economias emergentes como o motor dinâmico da economia mundial, observando em vez disso que "o ímpeto deverá vir principalmente das economias avançadas, onde deverá haver aceleração do PIB."
A nota, produzida para os líderes mundiais que estão participando da cúpula do G-20 em São Petersburgo, conclama-os a agir para amenizar os riscos decorrentes da fraqueza dos países mais pobres. Mas sua força deverá ser diminuída pela incapacidade do FMI de fornecer uma avaliação acurada da economia mundial em sua reunião de abril passado.
O FMI alertou na ocasião, que o fim da política monetária extraordinariamente frouxa adotada pelos países desenvolvidos poderia provocar turbulências nos mercados financeiros e grandes desvalorizações das moedas de economias emergentes.
Mas concentrou-se na descrição de uma "recuperação de três velocidades", com as economias emergentes em crescimento acelerado, a economia dos EUA em recuperação, as economias europeias ainda estagnadas, e emitiu seus pontos de vista com base nessas previsões.
Agora, na nota ao G-20, o Fundo admite que "indicadores recentes apontam para uma atividade mais vigorosa em várias economias avançadas, enquanto as principais economias emergentes estão em desaceleração".
Em abril, o FMI alertou os EUA para que reduzissem seus esforços para a diminuição de seu déficit fiscal, afirmando que "deveria haver agora uma consolidação fiscal menor e melhor". Agora, a nota para o G-20 reconhece que, ao contrário das previsões feitas em abril, "a demanda privada continua relativamente robusta diante do aperto fiscal".
Em abril, Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI, destacou o Reino Unido como um país que deveria relaxar suas medidas de austeridade, mas o fundo recomenda agora que os países sigam a política britânica de "alcançar metas fiscais estruturais e permitir a livre atuação de estabilizadores automáticos".
Quando contatado, o FMI se recusou a comentar as mudanças de seus prognósticos.
Em tom parecido com o da avaliação econômica da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada ontem, o FMI prevê agora que o crescimento mundial seguirá fraco, com os efeitos da recuperação nos EUA, Europa e Japão sendo neutralizados pela significativa deterioração das perspectivas de muitas economias emergentes.
Funcionários do fundo corrigiram para baixo projeções de crescimento de curto prazo para as economias emergentes, situando-as 2,5 pontos percentuais abaixo dos níveis de 2010, "com Brasil, China e Índia, principalmente, respondendo por essa desaceleração do crescimento", disse a nota.
Ao ver o capital se retirando das economias emergentes em decorrência da queda das perspectivas de crescimento e sendo atraído para as economias avançadas pela alta das taxas de juros, o fundo observou que os riscos de fuga de capital "ganharam relevância".
Embora o FMI não aprecie a manipulação das taxas de câmbio, agradará muitas economias ao observar que, às vezes, essa medida pode ser necessária, para atenuar a volatilidade, por exemplo.
O fundo também recomendou que os mercados emergentes dotados de situação financeira saudável e credibilidade em política econômica afrouxem sua política monetária em resposta à fragilização das perspectivas, mas, em países em que a inflação ainda representa uma ameaça, advertiu que "o raio de ação para afrouxar a posição monetária pode ser muito limitado, ou ela pode ter de sofrer aperto".
O fundo também defendeu "supervisão mais forte, pelos órgãos reguladores, e políticas macroprudenciais" nas economias emergentes, "como um sólido complemento das políticas prudenciais".
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