segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Alta do dólar ajuda exportador a fisgar bons negócios e recuperar mercados



 
 
O preço do produto brasileiro no exterior nos últimos três meses está 10% mais competitivo. Cálculos da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) indicam que o impacto maior da desvalorização do real se dará nas vendas de produtos manufaturados, e a perspectiva de alta no valor da receita exportada na balança comercial brasileira, no próximo ano, é de, no mínimo, US$ 7 bilhões.

Os cosméticos (foto) estão entre os setores beneficiados pela valorização do dólar frente ao real - a moeda norte-americana neste ano já acumula alta superior a 16% - ao lado de veículos, produtos químicos, máquinas, calçados, têxteis, joias e móveis. São beneficiados segmentos do agronegócio, como suco de laranja e açúcar refinado.

“Ainda temos um mercado internacional retraído e há outras moedas, além do real, desvalorizando-se. Não sabemos se o dólar ficará em R$ 2,30 ou R$ 2,40. Mas de uma coisa temos certeza: a situação está bem melhor para as exportações demanufaturados. Já começamos a ver luz no fim do túnel”, assegura o presidente da AEB, José Augusto de Castro.

De janeiro a julho, o comércio externo teve déficit de US$ 4,9 bilhões, com exportações de US$ 135,2 bilhões e importações de US$ 140,2 bilhões. 

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, a partir do cenário atual já é possível projetar um incremento leve nas exportações do setor este ano. Ele observa que, nos sete primeiros meses do ano, o valor das exportações foi praticamente o mesmo do ano passado, que já havia sido o pior em 25 anos (US$ 1,09 bilhões). Por outro lado, em pares de calçados, a exportação cresceu quase 11% neste período. “O motivo é justamente o dólar valorizado, que fez com que o exportador brasileiro conseguisse um preço mais competitivo no mercado externo”, explica.

Ricardo Wirth, calçadista do Vale dos Sinos, ressalta que as empresas da região tentam voltar sua produção ao mercado externo. “O dólar desvalorizado foi o fator que mais nos prejudicou nos últimos anos. A curto prazo, a situação continuará difícil, mas acreditamos em melhora.”

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Têxteis (Abit), Fernando Pimentel, reforçou a premissa de que as coisas vão, finalmente, melhorar para o setor. Ele lembrou que é preciso esperar para ver o que deve acontecer com a economia norte-americana. “A alta do dólar é favorável ao setor, mas não dá para prever ou fazer estimativas de curto prazo”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Moveleira (Abimóvel), Daniel Lutz.

As boas perspectivas quanto ao futuro animam micro e pequenos empresários, de acordo com o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Ele enfatiza que, 
nesse primeiro momento, o impacto está ocorrendo principalmente na receita dos exportadores, que recebem mais em real pelos produtos. “Para as 
empresas que exportam, a alta do dólar já está contribuindo para tornar seus produtos mais competitivos”, acredita Barretto.

A área de comércio exterior do governo comemora a alta do dólar, e isso ficou claro na recente declaração do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. No dia em que a moeda norte-americana bateu R$ 2,45, Pimentel disse considerar “ótima” a cotação do dólar. Pela primeira vez em sete anos a diferença entre o total de empresas exportadoras que abriram as portas e as que encerraram atividades foi positiva. 
De janeiro a julho, surgiram 19 empresas.

Fonte: http://jcrs.uol.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário