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O
preço do produto brasileiro no exterior nos últimos três meses está 10%
mais competitivo. Cálculos da Associação de Comércio Exterior do
Brasil (AEB) indicam que o
impacto maior da desvalorização do real se dará nas vendas de produtos
manufaturados, e a perspectiva de alta no valor da receita exportada na balança comercial brasileira, no próximo ano, é de, no mínimo, US$ 7 bilhões.
Os
cosméticos (foto) estão entre os setores beneficiados pela valorização
do dólar frente ao real - a moeda norte-americana neste ano já acumula
alta superior a 16% - ao lado de
veículos, produtos químicos, máquinas, calçados, têxteis, joias e
móveis. São beneficiados segmentos do agronegócio, como suco de laranja e açúcar refinado.
“Ainda
temos um mercado internacional retraído e há outras moedas, além do
real, desvalorizando-se. Não sabemos se o dólar ficará em R$ 2,30 ou R$
2,40. Mas de uma coisa temos certeza: a situação está bem melhor para
as exportações demanufaturados. Já começamos a ver luz no fim do túnel”, assegura o presidente da AEB, José Augusto de Castro.
De
janeiro a julho, o comércio externo teve déficit de US$ 4,9 bilhões,
com exportações de US$ 135,2 bilhões e importações de US$ 140,2
bilhões.
Para o
presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados
(Abicalçados), Heitor Klein, a partir do cenário atual já é possível
projetar um incremento leve nas
exportações do setor este ano. Ele observa que, nos sete primeiros meses
do ano, o valor das exportações foi praticamente o mesmo
do ano passado, que já havia sido o pior em 25 anos (US$ 1,09 bilhões).
Por outro lado, em pares de calçados, a exportação cresceu quase 11%
neste período. “O motivo é justamente o dólar valorizado, que fez com
que o exportador brasileiro conseguisse um preço mais competitivo no mercado externo”, explica.
Ricardo
Wirth, calçadista do Vale dos Sinos, ressalta que as empresas da região
tentam voltar sua produção ao mercado externo. “O dólar desvalorizado
foi o fator que mais nos prejudicou nos últimos anos. A curto prazo, a
situação continuará difícil, mas acreditamos em melhora.”
O
presidente da Associação Brasileira das Indústrias Têxteis (Abit),
Fernando Pimentel, reforçou a premissa de que as coisas vão,
finalmente, melhorar para o
setor. Ele lembrou que é preciso esperar para ver o que deve acontecer
com a economia norte-americana. “A alta do dólar é favorável ao
setor, mas não dá para prever ou fazer estimativas de curto prazo”, diz
o presidente da Associação Brasileira da Indústria Moveleira
(Abimóvel), Daniel Lutz.
As
boas perspectivas quanto ao futuro animam micro e pequenos empresários,
de acordo com o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Ele enfatiza que, nesse
primeiro momento, o impacto está ocorrendo principalmente na receita
dos exportadores, que recebem mais em real pelos produtos. “Para as empresas que exportam, a alta do dólar já está contribuindo para tornar seus produtos mais competitivos”, acredita Barretto.
A
área de comércio exterior do governo comemora a alta do dólar, e isso
ficou claro na recente declaração do ministro do Desenvolvimento,
Fernando Pimentel. No dia em que a moeda norte-americana bateu R$ 2,45, Pimentel disse considerar “ótima” a cotação do dólar. Pela
primeira vez em sete anos a diferença entre o total de empresas
exportadoras que abriram as portas e as que encerraram atividades foi
positiva. De janeiro a julho, surgiram 19 empresas.
Fonte: http://jcrs.uol.com.br |
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