Órgão se reúne para avaliar se Argentina conseguiu melhorar credibilidade dos seus dados depois de receber uma moção de censura em fevereiro
Cristina Kirchner, presidente da Argentina, e Christine Lagarde, presidente do FMI
São Paulo - O dia de hoje será decisivo para a relação entre Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que está estremecida há meses por causa da suspeita de manipulação dos números de altas de preços.
Em fevereiro, o FMI emitiu uma moção de censura contra o governo argentino criticando o cálculo da inflação e recomendando que uma reforma fosse feita na metodologia. Hoje é o dia do veredicto.
Os dados estatísticos da Argentina têm sido questionado por economistas
há anos, mais exatamente desde que o ex-presidente Kirchner retirou
algumas pessoas de cargos chave do Instituto Nacional de Estatísticas e
Censos do governo em 2007.
Em 2008, o INDEC parou de publicar o índice nacional para focar apenas no Índice de Preços da Grande Buenos Aires.
As estatísticas oficiais registraram uma inflação de 10,8% na Argentina
em 2012, menos da metade dos 25,6% estimados por consultorias privadas.
Em uma reunião hoje, o órgão vai avaliar a validade do novo Índice de
Preços Nacional, que abarcaria as 23 províncias e já foi apresentado
pelo governo argentino.
Há cerca de um mês, Christine Lagarde, diretora do FMI, disse que a
Argentina estava fazendo progresso mas se recusou a antecipar qual seria
a avaliação final.
A Argentina saldou em 2005 sua dívida com o FMI por 9,5 bilhões de
dólares e, desde então, não aceita a supervisão de suas contas por parte
do organismo.
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