BALI - O
ministro de Relações Exteriores, Luis Alberto Figueiredo, confia na
conclusão hoje do primeiro acordo comercial global em quase duas décadas
e diz que o Brasil sai ganhando com o que está sendo acertado.
Para ele, o ganho começa com o acordo de facilitação de comércio,
para reduzir procedimentos aduaneiros e custo Brasil. Os brasileiros
mencionam estudos internacionais, segundo os quais cada dia de atraso no
desembaraço nas aduanas custa 0,8% do valor da mercadoria.
“Tudo o que facilita e torna mais rápido (o comércio) é um ganho”,
afirmou o ministro. Figueiredo estima também, ao contrário de analistas
do agronegócio, que o Brasil ganha no pilar agrícola acertado em Bali.
“Ganhamos na administração de cotas tarifárias”, acredita ele,
fazendo referência ao mecanismo para levar os países a realmente
preencher as cotas de importação de produtos agrícolas.
Além disso, ele avalia que o Brasil tem benefícios com a solução
definitiva de segurança alimentar trazida pela Índia. “Isso dá
tranquilidade a exportadores de commodities, como nós. A solução que
está sendo encontrada nos atende plenamente”, afirmou.
Segundo o ministro, é um ganho real para o Brasil “ter a certeza de
que os estoques de alimentos que um país faz por razões de segurança
alimentar não sejam desovados no comércio internacional e, portanto, não
deprimam os preços das commodities”.
Figueiredo destaca o programa de trabalho pós-Bali na Organização
Mundial do Comércio (OMC). “A agricultura deverá estar no centro, para
corrigir distorções”, disse. Ficará acertado um prazo para definir a
agenda de negociações, que continuarão em Genebra.
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