Na primeira entrevista desde que seu império começou a ruir, empresário brasileiro desabafou: "eu sou o maior perdedor nessa história"
São Paulo - Pela primeira vez, desde que os problemas nas empresas X começaram a aparecer mais de um ano atrás, Eike Batista concedeu sua primeira entrevista. O empresário falou ao jornal americano Wall Street Journal, no último domingo, e desabafou: "tentei criar riqueza para todo o país e, sem dúvida, eu sou o maior perdedor nessa história".
Eike criticou o time de executivos que contratou para ajudá-lo na
empreitada, que ele costumava chamar de "dream team". "Eu sou dono de um
grande grupo e sozinho, eu não faço nada".
O empresário culpou seus ex-executivos pelo fracasso da OGX, alegando que ele era um empresário do setor de mineração e não tinha conhecimento profundo sobre a indústria de petróleo. "Eles me apresentavam relatórios brilhantes e me convenciam a fazer grandes investimentos", disse ao WSJ.
Eike também justificou o momento atual à má sorte. "Se você olhar para o
meu mapa astrológico, esse período não foi favorável para mim. O bom
momento? Ele já começou, literalmente, este mês", afirmou o empresário.
Sobre o investimento de 1 bilhão de dólares que ele precisa fazer na
OGX, Eike afirmou que conseguiria fazer o aporte vendendo suas
plataformas de petróleo. Segundo o empresário, ele provavelmente vai
continuar com o controle da petroleira. Se não houver acordo, no
entanto, o caso pode acabar na Justiça.
Otimista, o empresário também afirmou que muito de seus negócios estão
mais saudáveis do que os investidores acreditam. “Lembra que eu
costumava dizer os ativos eram à prova idiota? De alguma forma são, pois
posso vendê-los, mesmo em um mercado maluco".
Eike terminou a entrevista citando uma frase do magnata africano Elon
Musk, que costuma dizer que começar um negócio é como comer vidro. "Eu
estou comendo de vidro", disse.
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