A Apex-Brasil, por exemplo, convidará autoridades e empresários para assistir aos jogos e, entre uma jogada e outra, espera vender produtos e serviços
Brasília - Enquanto se discute qual legado a Copa do Mundo
vai deixar, um grupo de empresários brasileiros não tem dúvidas de que
essa será uma oportunidade única para fazer novos negócios.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)
convidará autoridades e empresários do mundo inteiro para assistir aos
jogos do Mundial e, entre uma jogada e outra, espera vender produtos e
serviços brasileiros.
Embalada pelo US$ 1,8 bilhão de negócios para os próximos 12 meses
fechados durante a Copa das Confederações, a agência do governo vai
reunir 67 entidades hoje em São Paulo para lançar a edição da Copa do
Mundo do projeto.
A meta é que os negócios em 2014 superem os valores alcançados neste
ano, sem incluir na conta os investimentos que são maturados a longo
prazo.
A Apex comprou da Fifa uma cota de patrocínio dos dois eventos
esportivos na categoria national supporter (apoiador local), que
garante o direito de uso das marcas das competições e ingressos e
espaços nos estádios.
Depois de muita conversa, a federação internacional de futebol aceitou
que a Apex aplicasse nos torneios esse tipo de ação de relacionamento já
feita durante o Carnaval, no Rio, e na etapa brasileira da Indy, em São
Paulo.
Ricardo Santana, diretor de negócios da agência, diz que seria um
sacrilégio não aproveitar esse momento em que todos os olhos estão
voltados para o Brasil para melhorar o approach entre empresários. A
plataforma tem o objetivo de estreitarmos mais a relação entre CPFs do
que entre CNPJs.
As entidades parceiras vão indicar hoje quais estrangeiros querem
convidar para assistir aos jogos no ano que vem. A Apex, que cede as
entradas, é responsável por analisar o perfil dos compradores e
investidores convidados e validar as agendas de negócios paralelas, que,
obrigatoriamente, devem ocorrer. O setor privado banca os custos das
passagens internacionais e dos trechos internos que não envolvem os
jogos.
Casos
A maior fabricante de incubadoras neonatais brasileira, a Fanem, de São
Paulo, convidou os donos de um importante distribuidor nigeriano de
equipamentos médicos para assistir ao confronto entre Espanha e Nigéria,
em Fortaleza. Em vez de apenas dois dias, os empresários ficaram duas
semanas no Brasil e acabaram fechando um contrato de US$ 100 mil com a
Fanem.
Já o Instituto Brasileiro de Vinho (Ibravin) trouxe dez convidados dos
EUA, da Alemanha, da Inglaterra e da Holanda, os principais
mercados-alvo do setor, para quatro jogos da Copa das Confederações,
incluindo a abertura em Brasília e a final no Rio. Ao todo, 23 empresas
brasileiras associadas ao Ibravin participaram das agendas de negócios.
Como resultado, foram vendidos US$ 500 mil em vinhos e espumantes para
os próximos 12 meses e assinado contrato entre um importador holandês e
uma vinícola brasileira. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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