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Energia solar: crescimento de 900% na última década foi impulsionada por custos baixos e subsídios
Basta olhar para a evolução da energia eólica no Brasil para
ver a velocidade com que as fontes de energia renováveis estão
avançando. Em 2005, eram produzidos apenas 2,7 megawatts. Mas, já no fim
de 2012, as turbinas instaladas no Brasil aproveitavam o vento para
produzir 2 500 megawatts. A tendência de buscar energias limpas é
mundial. A capacidade de geração de energia solar no mundo, que demorou
décadas até ser viável comercialmente, aumentou 900% nos últimos cinco
anos.
O melhor exemplo vem da China, que investe pesadamente para
tentar se livrar da dependência de combustíveis mais poluentes, como o
carvão. Lá o mercado de energia limpa chegou a 65 bilhões de dólares em
2012, um quarto dos investimentos totais do mundo. A meta da Associação
das Indústrias de Energia Renovável da China é que o país chegue a 100
000 megawatts de energia eólica conectada à rede em 2015.
No Brasil, leilões em 2011 e no mês passado garantiram que até o
fim de 2014 pelo menos 100 novos parques eólicos sejam construídos.
Para continuar ganhando força, no Brasil e no mundo, a produção de
energia limpa pode usar algum tipo de subsídio do governo na produção.
Segundo a Agência Internacional de Energia, 775 bilhões de dólares são
gastos todo ano com subsídios à indústria do petróleo, valor 12 vezes
maior que os investimentos para a implementação de energias limpas, como
solar, eólica e geotérmica.
Não apenas com subsídios diretos, mas também por meio de
legislação, o governo pode impulsionar o mercado de energias renováveis.
A autoprodução (onde grandes indústrias geram a própria energia) mais
que dobrou na última década. Para assegurar que as indústrias usem não
apenas motores a diesel ou carvão para alimentar as máquinas, uma lei de
2004 prevê benefícios a quem adotar geradores de biocombustíveis ou
pequenas hidrelétricas.
No caso da energia solar, em vez de grandes complexos, alguns
países têm apostado no incentivo à produção individual: na Alemanha, o
governo iniciou este ano um programa onde paga uma parte das baterias de
armazenamento. Aqui no Brasil, uma resolução de 2012 da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) garante créditos para as casas que
venderem o excedente de energia produzido pelas células fotovoltaicas.
Quando o morador produz mais do que consome, a eletricidade devolvida à
rede garante abatimentos que podem ser usados ou na própria residência
ou em outro local, como um escritório.
Com isso, o investimento em um
painel solar – entre 10 000 e 20 000 reais para uma casa média – poderá
ser recuperado. No site do Instituto para o Desenvolvimento de Energias
Alternativas na América Latina (Ideal), há um simulador em que é
possível saber o consumo e o custo de um painel solar para abastecer a
residência. Governo, empresas e pessoas podem fazer a sua parte para
produzir energia mais limpa.
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